Independente da sua situação atual, sua carreira pode tomar a direção que você quiser.
Quando falamos de carreira profissional, estamos falando de um projeto de longo prazo. Algumas carreiras podem levar décadas para se desenvolver.
Independente disso, em qualquer projeto, a primeira coisa a se fazer é ter clareza do seu objetivo, do que se quer.
Pessoas de algumas gerações, como a X, a que pertenço, ouviam com frequência de seus pais: “Você vai se formar historiador, ou músico? Por que você não escolhe uma carreira mais promissora?”, ou “você vai abrir sua empresa, por que você não escolhe um emprego em uma boa empresa, que vai lhe dar mais segurança e tranquilidade de poder manter seu emprego por muito tempo?”
Por causa disso, muita gente acaba escolhendo um trabalho em função do ganho financeiro ou da estabilidade, por exemplo. Quando fazem isso, elas primeiro avaliam o que o mercado deseja, e então baseiam suas escolhas por isso.
Nada contra buscar segurança ou elevado ganho financeiro, pelo contrário.
Se você está disposto(a) a passar mais de três décadas fazendo aquilo com que não se identifica, não há nada de errado com isso.
Mas pare, pense, e responda para si mesmo: que carreira você gostaria de criar?
Guarde sua resposta por enquanto, nós vamos precisar dela logo mais.
Outras pessoas perguntam-se: “no que eu sou boa?”, e direcionam suas escolhas para aquilo que usufrui das competências que ela já tem, como se não fosse possível desenvolver novas competências. Sim, eu sei, algumas delas demoram anos para serem aprendidas. Mas não dá pra esperar ter sucesso em algo que comecei a desenvolver há poucos meses, não é?
Muitas escolas disponibilizam testes de aptidão profissional para ajudar estudantes a direcionarem seus estudos e o início de suas carreiras. Mas se eu tenho facilidade com números e contas, eu devo optar por ser professor de matemática, mesmo que eu sonhe em ser um jogador de futebol?
Pessoas argumentam: “mas eu não tenho talento nato para ser um craque do futebol”. Então por isso devo me conformar com uma carreira que não é a que eu gostaria de desenvolver? Algumas pessoas com talentos natos são consideradas gênios pela facilidade que têm desde muito pequenos de aprender e criar coisas muito interessantes em seus campos de atuação. Mas o mundo está abarrotado de exemplos de pessoas que não tinham essa vantagem competitiva precoce e, mesmo assim, com dedicação, treino e aprendizado, tornaram-se referências em suas áreas. Mesmo que tenham começado a desenvolver suas carreiras tardiamente.
Lembra da pergunta “que carreira você gostaria de criar?” É hora de resgatar sua resposta, vamos precisar dela agora. A sua escolha deve ser independente das circunstâncias do mercado ou dos seus talentos e habilidades.
Determine o que você quer independente das circunstâncias ou das possibilidades de sucesso, porque você estará falando a verdade pra si mesmo.
Sempre fomos doutrinados a “sermos realistas”, a evitarmos o que queremos quando isso parece improvável de atingir. É claro, não se trata de acharmos que podemos tudo. Mesmo que eu quisesse e treinasse muito, jamais seria um autêntico soprano na ópera, ou um jogador de futebol profissional de ponta aos 40 anos de idade. Há limitações físicas que não posso transpor.
Ao nos perguntarmos o que queremos, pode ser que descubramos que não é o que temos atualmente. Em outras palavras, eu tenho uma carreira que paga minhas contas, me dá segurança, mas não é o que quero.
Bom, o primeiro passo para mudar essa situação é o contato com a realidade: eu quero o que eu quero. Não fuja disso.
Muitas vezes, a carreira que você quer estará dentro daquilo que é possível de se atingir. Cabe a você traçar um plano para torná-la também provável.
Mesmo que você não queira ou não possa abrir mão da segurança financeira, por exemplo, é possível conquistar aquilo que você quer.
O ponto é que muitas pessoas colocam, em uma escala hierárquica, a segurança acima daquilo que querem.
Então suas ações são direcionadas primeiro para a segurança, e se for possível, para aquilo que querem. Por exemplo, se aquilo que querem lhes traz segurança, ok. Do contrário, optam por uma carreira que lhes traz segurança, mesmo que não seja bem o que queiram fazer.
O problema é que, estruturados desse jeito, meus objetivos vão sempre me direcionar para a segurança em primeiro lugar, o que dificilmente vai me permitir construir aquilo que quero.
1º) Segurança Financeira —> 2º) O que eu quero
Então, inverta essa ordem:
1º) O que eu quero —> 2º) Segurança Financeira
Nesse caso, você vai direcionar suas escolhas primeiramente para aquilo que quer, mas sem deixar a segurança de lado. A segurança passa a ser um apoio, um passo a mais, do qual você não abre mão. Mas não é o centro de suas escolhas.
Muita gente, por exemplo, opta por ter um trabalho que lhe dê um bom rendimento durante um tempo determinado, mesmo que não goste dele, até que faça uma reserva e essa segurança seja construída, e então possa migrar para a carreira que deseja. É uma boa estratégia, mas não a única, para obter um sem abrir mão do outro.
Independente das circunstâncias atuais, pense na criação da sua carreira como um organizar de mudanças ao longo do tempo. Uma vez que você sabe o que quer e compara com o que tem hoje, pode começar a organizar suas ações mais efetivamente para fazer acontecer as mudanças que deseja.
Fonte: Portal Administradores
Comments