A maior parte dos pequenos negócios no país é constituída por parentes. São as chamadas empresas familiares, que podem ter entre seus sócios pais, filhos, tios, avós, primos, entre outros graus de parentesco. Por isso, manter a empresa em equilíbrio exige muito cuidado, principalmente pelo nível de afetividade e proximidade que envolve as pessoas da equipe.
Uma pesquisa feita pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no fim de 2017 mostrou que, entre os seis mil donos de negócios entrevistados, quase 24% tinham em seu quadro societário um parente e pouco mais de 22% havia empregado um familiar. Os especialistas em gestão advertem que alguns fatores podem influenciar negativamente o dia a dia do empreendimento, como a sucessão, a gestão dos recursos e as próprias relações interpessoais.
Uma das dificuldades que a empresa familiar pode enfrentar é separar a parte emocional e intuitiva das questões que exigem a tomada de decisões que podem contrariar interesses individuais, em favor do bem do negócio. Mas também há muitos pontos favoráveis às empresas familiares, como o comando único da firma, a estrutura administrativa diminuta, uma equipe determinada e dedicada, as relações com a comunidade, entre outros.
O Sebrae reuniu cinco dicas sobre a formação e os cuidados para manter uma empresa familiar. Confira algumas sugestões e veja também a pesquisa do Sebrae sobre empresas familiares.
1 – Papéis definidos
É importante que os papéis e atribuições de cada pessoa na empresa estejam bem definidos, de modo a evitar possíveis conflitos de competência em atividades como compras, vendas, comunicação, gestão de mídias sociais, relações com funcionários, entre outras.
2 – Muita conversa e alinhamento
Dentro da empresa, estando os papéis muito bem definidos, não pode ocorrer de alguém, por ser pai, tio ou irmão mais velho, ter maior poder ou decidir assuntos que sejam da competência de outro. Por isso, é necessário muito diálogo entre os integrantes do grupo para que não haja desavenças que acabem causando prejuízos para os negócios e a harmonia familiar.
3 – Remuneração combinada
É preciso ter uma definição prévia da remuneração de sócios investidores e sócios comprometidos com o dia a dia da empresa. Isso evitará problemas relacionados à divisão dos lucros da empresa familiar ou que a remuneração de quem está dedicando maior tempo seja prejudicada.
4 – Contrate profissionais
Nem sempre é bom a empresa familiar atuar só com seus membros. É recomendável contratar profissionais do mercado para integrar a firma e trazer um olhar diferente, inovações e propostas de fora do círculo de influência familiar. Ter um profissional contratado ajuda a observar a empresa também com maior profissionalismo.
5 – Sucessão
Treine sua equipe, elenque as competências necessárias para cada função dentro da empresa e jamais considere um funcionário ou sócio como eterno. Forme as “novas gerações” da família para encarar desafios e manter a empresa funcionando. O processo sucessório em um empreendimento familiar é complexo, mas um desafio que precisa ser encarado o quanto antes.
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